domingo, 10 de agosto de 2008

Afoice e rosamística ...


Corpos amanhecidos de invernosa noite
Onde tréguas místicas e magias se misturam
Semeadas no leito de aflições de Afoice
Adormece em agonias rosamística pacificadora...

Já de secas marcas à face, abrupto mira-lhe os olhos
E da ternura que brota do sorriso viril de rosa
Debulha-se em pensamentos e atitudes a seguir, Afoice
Os resgastes são necessários, suas contas intermináveis...

Assim, nús e desprovidos das regras dos dois mundos
Acolhem-se em último suspiro, único, a selar
A noite invernosa impregnadas dos seu eus, libertos
Quiçá por minutos, horas ou na eternal tempestade dos tempos...

Acerca-se em deleite que despido se posta à sombra
Do olhar inquisitor de rosa, que fita-o com interrogação em mente
Não sabe a cerca dos efeitos causados na sua derme e na sua alma
E inquieta-se na resposta muda e no olhar calado de Afoice...

Ao rededor vestes áureas de corpo viril de rosa
Em contraste do vermelho ocre exalando carmim
Das vestes de Afoice deixadas ao chão, do chão sobrevem
A lembrança do sêmem derramado em seus jardins...

Ahh...!!! quanto desse néctar a noite permitiu
E nas trevas abriu-se a luz de rosamística a impregnar afoice, cachoeirando-o
Que teso e viril dobra-se em concha, arcado em ardil, prostrado gozo
Logo ruivos(z)(es)as interiores se lançam em pensamentos à Afoice...

De súbito erguem-se a se entreolhar nos lânguidos minutos
do efêmero tempo, postam-se a recompor em seus mundos
As vestes amarrotadas e sem cuidados são jogadas sob as dermes
Ainda fustigadas pela invernosa noite, as marcas dos opostos...

O brilho da foice não usada, o sangue que não jorrou
Rosamística em contrastes de fêmea e semi-deusa aplaca
Aquieta, reconforta Afoice em seu grito de dor, gozos
Divinais invadem suas almas arrefecendo o ânimo assassino...

Logo, gravadas na alma estão os opostos em opostos
Cada semem e cada gozo partilhados na dualidade dos mundos
Na presença corajosa de almas que ardem, que se postam
Por mais cruel e castrante que sejam os mundos...

Assim em retirada rosamística atravessa o umbral
Em retorno que denuncia a vontade de não ir, Afoice observa
Os movimentos sugeridos de rosamística, não seduz
E não conduz Afoice ao convite...

Silencia e volta-se ao descanso de seus resgastes...

Rosamística parte em retirada...

A esperança está lançada.


julho de 2008 - Todos os direitos reservados a Roberto Girard

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